Eduardo Caires: Ecotoxicologia - Parte 1

domingo, 9 de setembro de 2018

Ecotoxicologia - Parte 1

A ecotoxicologia é uma ciência que trabalha em conjunto, conceitos da ecologia e da toxicologia, avaliando os efeitos nocivos que substâncias podem causar a organismos vivos, por meio de bioensaios realizados sob condições controladas em laboratório ou in situ, a medição deste efeito é chamada de ecotoxicidade.

O termo ecotoxicologia foi criado por René Truhaut no ano de 1969, que o definiu como: o ramo da toxicologia preocupado com o estudo de efeitos tóxicos causados por poluentes naturais ou sintéticos, sobre quaisquer constituintes dos ecossistemas: animais (incluindo seres humanos), vegetais ou microorganismos, em um contexto integral.




A publicação do livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson em 1962 foi um marco para a separação da ecotoxicologia da toxicologia clássica. O elemento revolucionário introduzido por Rachel foi a extrapolação dos efeitos sobre um único organismo para o ecossistema. Este estudo sistêmico é diferente da natureza antropocêntrica da toxicologia clássica, e, portanto, torna a ecotoxicologia é uma ciência mais ampla, pois incorpora aspectos de ecologia, toxicologia, fisiologia, biologia molecular, química analítica entre outras para estudar os efeitos de xenobióticos em um ecossistema. A finalidade desta abordagem é ser capaz de predizer os efeitos dos poluentes, de tal forma que se um incidente ocorrer, será possível definir para remediar os efeitos deletérios causados. Em ecossistemas que já estão impactados pela poluição, estudos ecotoxicológicos trazem informações da toxicidade deste ambiente e subsidiam o planejamento de ações para a mitigação.


Os testes consistem basicamente na exposição de organismos (o qual são validados como bioindicadores em uma determinada matriz), onde, em um microhabitat controlado os efeitos tóxicos são verificados em nível ecológico de população geralmente, na literatura mais atual já é possível encontrar estudos onde são utilizadas duas espécies ou mais, elevando assim o nível ecológico para comunidade. Estes efeitos podem ser realizados de acordo com três classificações: agudo, crônico ou crônico de curta duração.



Nos próximos artigos irei falar sobre a parte prática da ecotoxicologia, como a realização dos testes e os resultados que são obtidos de acordo com efeito avaliado, bem como seu embasamento na legislação brasileira.

Atenciosamente 

MSc. Eduardo Caires

Sou Biólogo, Mestre em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente, especialista em recursos hídricos e avaliação de risco ambiental. Atuo com Consultoria Ambiental e Perito Judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo.
No setor de Meio Ambiente me consolidei nos seguintes tópicos: análises ambientais; avaliação da qualidade de cursos d'água, água para consumo humano; tratamento de efluentes (esgoto sanitário e industrial); gestão de resíduos sólidos; gerenciamento de áreas contaminadas; recuperação de áreas degradadas; valoração de dano ambiental; ecologia aplicada; mitigação de impactos ambientais e licenciamento ambiental.

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